警察術 KEISATSUJUTSU

 

Keisatsu

警察術

KEISATSUJUTSU

 

Com a relativa paz estabelecida pelo Shogunato de 徳川 Tokugawa (aproximadamente 1603 a 1868, 江戸時代 Período de Edo), muitos Samurai estavam desempregados e tiveram grande dificuldade para ganhar a vida. Alguns abriram escolas de Kenjutsu e Jûjutsu, outros se tornaram Yôjinbo (guarda-costas), muitos foram forçados a unir-se a mais baixa classe dos 町人 Chônin (comerciantes) e 平民 Heimin (cidadão) e os menos afortunados viraram foras da lei para sobreviver.

Porém, outros Samurai tornaram-se parte de um sistema complexo de execução da lei japonesa. Composto de Samurai como também 町奉行 Machibugyô (os magistrados de cidade), 与力 Yoriki (o samurai "assistente"), 同心 Dôshin (os oficiais de patrulha), 小者 Komono (os assistentes), 御用聞き Goyokiki (assistentes policial de meio período), 岡引 Okappiki (os informantes e espiões) e 目付 Metsuke (Inspetor), esta estrutura complicada refletiu a sociedade japonesa da época. Porém, esse sistema de segurança da policia, suas classificações e patentes, variaram conforme a região e época.

Desde então, um dos termos para designar os policiais japoneses era 警察官 Keisatsukan. Na população masculina dominante de Edo, a competição era feroz e com interações crescentes entre as várias classes e os quadros espasmódicos de um ambiente urbano rapidamente se expandindo, não é surpreendente que temperamentos chamejaram freqüentemente e conflitos estouraram. Justiças sociais durante o Período de Edo significaram freqüentemente violência. Com uma população armada, manter discordâncias secundárias freqüentemente resultava em derramamento de sangue. Para manter o controle, um sistema hierárquico de oficiais da polícia e os seus assistentes não-Samurai foram desenvolvidos. Como muitos dos foras da lei eram Samurai desempregados ou Ronin, foram criadas muitas armas e técnicas interessantes contra encrenqueiros que estavam normalmente armados e tinham conhecimento em combate. Um desses métodos era o 警察術 Keisatsujutsu (Técnicas da polícia) e o 逮捕術 Taihojutsu (Técnicas de captura), que originou-se das escolas japonesas clássicas de 剣術 Kenjutsu e 柔術 Jujutsu , a meta do Keisatsukan era capturar os transgressores da lei vivo e sem (muitos) danos.

Durante essa época, as terras estavam sob as regras de um senhor, o 将軍 Shôgun. Como os 職人 Shokunin (artesãos) e a 毘吠 Bibei (casta mercantil) ficaram mais poderosas, as pessoas viajavam para as cidades a procura de trabalho. O Japão começou a deixar a idade feudal e começou a entrar na Era capitalista. Estas mudanças criaram o declínio do bandido rural e a elevação do criminoso urbano. Por serem ex-Samurai ou por terem levados uma vida muito severa, os criminosos da cidade freqüentemente eram muito qualificados nas artes marciais. Eles comumente eram contratados por comerciantes como 用心棒 Yôjinbô ou guarda-costas por causa de suas habilidade.

Além de esses criminosos serem bons lutadores, eles tinham desprezo completo pela polícia e por causa da aspereza do castigo que receberiam se fossem capturados. Quase não havia prisão para um crime, o castigo normalmente era a morte. Sendo assim, quando um criminoso era finalmente encurralado, normalmente acabava em uma briga muito cara e sangrenta.

Como um governo despótico, a preocupação primária do Shogunato era manter o seu status. Os líderes tiveram muita dificuldade de organizar e controlar a população. As cidades foram construídas com numerosas vias fluviais e as pessoas tinham que constantemente atravessar pontes equipadas com pontos de conferência.

Nessa mesma época, em Edo (atual Tokyo) a polícia da cidade foi altamente organizada, e esse sistema usado para a organização logo se esparramou pelo país. O governo do Shogun, claro que, governado sob todas as organizações, usava um representante chamado 目付 Metsuke, ou Inspetor. Eles encabeçaram as unidades de Inteligência e polícia secreta da nação, e foi conhecido por usar Ninja como funcionário.

bugyoushoAbaixo dos Metsuke na cadeia de comando veio o 町奉行所  Machibugyô Sho, ou Magistrados da Cidade. Normalmente havia dois magistrados para cada área ou cidade, na qual eles inspecionavam como funcionários experientes e educados.  Eram as autoridades públicas centrais nos centros urbanos japoneses deste período. Estes oficiais serviram com um papel sem igual, com um chefe de polícia, juiz e prefeito. Era esperado que o Machibugyô administrasse uma gama de responsabilidades administrativas e judiciais. Eles poderiam ser comparados ao grau equivalente de um baixo     大名 Daimyô.

O 与力 Yoriki era uma força auxiliar, assistentes de Samurai de alto grau.  Eles viviam no quartel, nunca eram promovidos e tinham uma estrutura permanente na policial porque eles estavam, de alguma maneira, conectados com morte e sangue.

YorikiiEra um grupo muito fechado entre eles, porque não lhes permitiam misturar-se com os cidadãos ou seus superiores. Porém, eles eram conhecidos por serem muito orgulhosos de sua aparência. O seu uniforme era o 袴Hakama, o casaco chamado 羽織 Haori e levavam duas espadas.  Haviam 25 deles para cada magistrado. Eles se tornavam aprendizes da função com a idade 13 anos, e muitas das posições de Yoriki eram hereditários.

Abaixo do Yoriki veio o Dôshin que significava concêntrico ou unânime. Havia aproximadamente 120 destes por magistrado. Eles eram da classe do Samurai e sua profissão também era hereditária.

O 同心 Dôshin era o mais baixo grau dos oficiais da policia que patrulhavam as ruas. Eles levavam o Jutte como um símbolo de sua autoridade e eram semelhantes aos policiais uniformizados de hoje que fazem ronda.

O 小者 Komono ou servente de tempo integral e o assistente de meio período 御用聞き Goyoukiki patrulharam os vários recintos, como ajudante do Dôshin.

Okappiki2Abaixo do Dôshin na hierarquia policial estavam vários de não oficiais graus. O mais alto foi chamado岡引 Okappiki, ou Informante. O Okappiki era um cidadão local que também levava o Jutte como simbolo do seu trabalho. Eles fizeram a maioria dos trabalhos para o Dôshin, eles eram os olhos e orelhas da polícia entre as pessoas comuns.

Freqüentemente, o Okappiki contratava outros assistentes para o ajudar. Estes foram chamados 手先 Tesaki que quer dizer  subordinado. Os principais trabalhos do Tesaki eram tripular postos de fiscalização e vigiar.

O fundo da cadeia hierárquica policial estava ocupado pelo 穢多 Eta ou "fora da casta”. Eles eram considerados um grupo de pessoas no mais baixo grau do sistema de casta do período Edo do Japão. As pessoas cujo trabalho normalmente envolvia manipulação cadáveres ou carcaças de animais. Foram contratados para servir como guardas de prisão, guardas de paradas públicas e como executores. Eles também eram freqüentemente ordenados para o trabalho de prender os mortais criminosos de baixa-classe.

Na antiga polícia do Japão a organização ditava que, somente a polícia de alta-posição se envolvia em apreensões se os criminosos fossem de alto grau social, ou estava qualificado nas artes marciais. Quando um criminoso era perseguido e capturado, normalmente era feito por um grupo de policiais composto por Eta, Tesaki e Okappiki, com talvez um Dôshin que comandava o grupo.

Um crime tinha que ser muito sério para um Yoriki ser envolvido. Quando um Yoriki estava em um caso, ele usava malha de metal debaixo do quimono, com proteção nas mãos e braços, e um capacete férreo plano e laqueado. Ele ficaria sentado em cavalo a uma distância segura, longe de uma briga, e dirigiria os baixos policiais. Então, quando uma oportunidade surgisse, ele se aproximaria e feriria o criminoso com sua lança.

O primeiro princípio que todos os policiais tiveram que obedecer era levar o criminoso vivo. O Metsuke questionava todos os criminosos, e o Shogunate queria que todos os criminosos confessassem seus crimes, até mesmo se levasse uma pequena tortura, antes que eles fossem castigados. Também era inaceitável para um policial matar ou seriamente ferir um criminoso que era de grau social mais alto. Esta limitação dificultou muito para a polícia fazer o seu trabalho.