流派と流
RYÛHA OU RYÛ
Um Ryû 流 (literalmente fluxo ou corrente) ou 流派 Ryûha (literalmente escola ou estilo) é o termo recorrido a uma escola ou estilo em qualquer disciplina. Encontramos a palavra sendo usada freqüentemente em escolas de arte marciais japonesa, embora também é usado em outras disciplinas como por exemplo, 草月流 Sôgetsu Ryû em 生け花 Ikebana, 勘亭 Kantei Ryû em 歌舞伎 Kabuki (teatro clássico de drama), Chikuho Ryû 竹保流 em 尺八 Shakuhachi (flauta japonesa), Murasaki Ryû 紫流 em 書道, Shodô (caligrafia), etc.
A aparição de um Ryû freqüentemente surgia depois de um sonho ou uma aparição espiritual. Um guerreiro em busca de conhecimento, muitas vezes se refugiava em locais sagrados (como um santuário Shintô ou templo budista) ou na selva ou topo de montanha para a prática do 修行 Shugyô (treinamento austero). Acreditava-se que esse treinamento podia quebrar a camada da superfície do mundo físico para abrir aos segredos do universo espiritual.
Depois deste período de intenso treinamento, oração e abstinência, uma visão poderia aparecer ao fundador em forma de sonho (夢想 Musô) ou aparição de um 神 Kami (divindade ou espírito) conhecido como 正傳天神 Tenshin Shôden (transmissão divina), dando-lhe uma chave para o domínio da sua arte. Essa “luz” podia surgir como uma simples frase ou técnica, e a revelação seria a chave para destrancar todos os métodos subseqüentes que o fundador desenvolveria.
O caractere usado para escrever 流 Ryû também podendo ser lido como Nagare (fluir), pode ser relacionada à forma fluídica e natural que o fundador recebeu da inspiração divina.
O termo Ryû foi usado desde tempos remotos para classificar uma metodologia para transmissão e preservação de um estilo que será passado de geração a geração. Nessa época o termo Ryû possuía uma concepção mais intima ao berço familiar, sendo por cultura a transmissão sanguínea de pai para filho ou laço familiar. Porém, não era tão atípica a transmissão de mestre para discípulo. Nesse caso a herança somente era passado para um sucessor muito próximo, que tivesse uma ligação muito intima e espiritual com seu mestre, e que logicamente tivesse também uma compreensão intrínseca do Ryû.
O nome no qual o fundador chamava seu estilo podia ser seu próprio nome familiar ou do clã. Porém, muitas vezes o fundador trocava seu nome original pelo da região (cidade ou vilarejo) de sua origem. Sendo assim, o Ryû freqüentemente recebia o nome do fundador, conseqüentemente do local de nascimento ou vice-versa.
Mas, a escola também podia receber o nome relacionado a alguma característica da escola ou que dava a idéia geral dessas características.
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