竹取物語 TAKETORI MONOGATARI

 

竹取物語 

TAKETORI MONOGATARI

Kaguyahime

Uma antiga lenda conta que um casal de velinhos sem filhos vivia afastado em um casebre humilde. Um dia o ancião chamado 竹取Taketori No Okina (Velho colhedor de bambu) enquanto entrava na floresta para cortar bambu viu um misterioso e brilhoso talo de bambu luminoso. Curioso o velho cortou esse bambu cuidadosamente e surpreso achou dentro um bebê do tamanho do seu dedo polegar. Ele ficou alegre por achar uma menina bonita que logo a levou para sua casa. Ele e a sua esposa adotaram como sua própria filha e a chamaram de 赫映Kaguyahime (Princesa luminosa). No dia seguinte o Taketori voltou ao local onde achara o bebê, acreditando poder encontrar outro, mas nada mais havia, nem a luz, nem o bambu e nem sequer aquela misteriosa moita. Também não havia sinais de que alguém a houvesse extraído, as únicas pegadas e marcas humanas eram as dele.

Depois disso, Taketori No Okina a cada corte de bambu que fazia achava dentro uma pequena pepita de ouro e assim, logo eles enriqueceram. Kaguyahime em poucos anos cresceu e se transformou em uma mulher de beleza extraordinária. No princípio, Taketori No Okina tentou mantê-la longe das vistas de estranhos, mas com o passar do tempo as notícias da sua beleza tinha se espalhado.

Eventualmente, cinco príncipes vieram a residência de Taketori No Okina pedir a mão de Kaguyahime em matrimônio. Os príncipes persuadiram Taketori No Okina para dizer a relutante Kaguyahime que escolha um entre eles. Kaguyahime preparou tarefas impossíveis para os príncipes e concordou em se casar com quem conseguisse trazer o artigo especificado por ela.

Por semanas a fama de Kaguyahime atraiu muitos pretendentes e houve na cidade muitos duelos e violência até que a razão prevalecesse e se instituíssem competições seletivas. Esses cinco príncipes eram vencedores de uma série de provas tendo dado mostras de sua coragem, capacidade, graça e inteligência. Aquela noite, Taketori No Okina contou para os cinco príncipes o que cada tinha que trazer. Ao primeiro foi dito que trouxesse a tigela de pedra mendicante do 菩提達磨Bodhidharma (Buda) da Índia, o segundo um ramo adornado com jóias do Monte Horai (tbém.  蓬莱Monte Penglai na China), o terceiro o lendário roupão do Rato-fogo da China, o quarto uma jóia colorida do pescoço de um dragão, e o último príncipe a concha preciosa que nasceu de andorinhas. 

 

Depois de algum tempo e percebendo que era uma tarefa impossível, o primeiro príncipe retornou com uma tigela antiga retirada de um Templo de 京都 Kyoto, mas, Kaguyahime logo notou que a tigela não esbraseava com a luz sagrada de Buda. Igualmente, os dois outros príncipes tentaram a enganar com fraudes, mas também falharam. O quarto desistiu depois de encontrar uma tempestade, enquanto o último príncipe perdeu sua vida (severamente ferido em algumas versões) na sua tentativa. 

 

Depois disto, o Imperador de Japão, Mikado, veio ver a inexplicavelmente bonita Kaguyahime, apaixonando-se lhe pediu que se casasse com ele. Embora ele não fosse sujeitado às tentativas impossíveis que tinham contrariado os príncipes, Kaguyahime rejeitou o pedido dele para matrimônio, enquanto lhe explicou que ela não era desse país e assim não poderia ir para o palácio com ele. Ela ficou em contato com o Imperador, mas continuou repelindo os pedidos dele. 

 

Naquele verão, sempre que Kaguyahime via a lua cheia, seus olhos enchiam de lágrimas. Embora os seus pais adotivos se preocupassem e questionava sobre tal fato, ela não pôde lhes contar o que estava errado. A sua conduta foi ficando cada vez mais visível até que ela revelou que ela não era deste mundo e que tinha que voltar ao seu povo na Lua. Algumas versões deste conto dizem que lhe enviaram para a Terra como um castigo temporário por algum crime, enquanto outros dizem que era para sua segurança durante uma guerra celestial. 

 

Como o dia do retorno dela se aproximava, o Imperador enviou muitos guardas ao redor da casa dela para proteger das pessoas da Lua, mas quando uma comitiva de "Seres Divinos" chegou à porta da casa de Taketori No Okina, os guardas foram encobertos por uma luz estranha. Kaguyahime anunciou que, mesmo que ela amasse muito seus amigos na Terra, ela tinha que voltar com as pessoas da Lua à sua verdadeira casa. Ela escreveu notas tristes de desculpa aos pais dela e para o Imperador, então deu para os seus pais adotivos o próprio roupão como uma lembrança. Ela fixou um pequeno frasco do elixir da vida a uma carta para o Imperador e deu a um oficial da guarda. Quando ela deu isto a ele, um roupão de pena foi colocado nos ombros dela, e toda sua tristeza e compaixão para as pessoas da Terra foram esquecidos. A companhia divina levou de volta Kaguyahime para 月の都Tsuki No Miyako (a Capital da Lua), deixando seus terrestres pais adotivos em lágrimas. 

 

Seus pais ficaram muito tristes e logo ficaram enfermos e de cama. O oficial voltou ao Imperador com os artigos que Kaguyahime tinha lhe dado como o último ato mortal dela, e informou o que tinha acontecido. O Imperador leu a carta dela e foi superado com tristeza. Ele perguntou para os seus criados "Que montanha é o lugar mais próximo do Céu?”, a qual foi respondida: “a Grande Montanha da Província de 駿河Suruga”. O Imperador ordenou aos seus homens para levar a carta ao ápice da montanha e queimar, na esperança que a mensagem dele localizasse a princesa distante. Os homens também foram comandados para queimar o elixir de imortalidade, já que o Imperador não desejava viver para sempre sem poder a ver. A lenda diz que a palavra imortalidade (不死Fushi ou Fuji) se tornou o nome da montanha, 富士山Fujiyama (Monte Fuji). Também é dito que o Kanji para a montanha 富士山(literalmente "Montanha com muitos Guerreiros”) é derivado do exército do Imperador que ascendeu os declives da montanha para levar a cabo a ordem dele. É dito que a fumaça da queima é visto do topo da montanha até hoje. (No passado, o Monte Fuji tinha muito mais atividade vulcânica).