anma

 

Anma 按摩  é uma forma de massagem de origem chinesa assimilada e divulgada por terapeutas do Japão. O nome da técnica deriva  de duas das manobras básicas que utiliza, AN que significa apertar, pressionar e o MA que significa esfregar.

Essa terapia baseia-se principalmente em pressionar e massagear pontos (壷 Tsubo ou 経穴 Keiketsu ) do corpo relacionados aos diversos meridianos (経絡 Keiraku) estudados pela medicina tradicional chinesa, estimulando e promovendo uma cura natural, pois, quando estimulados esses pontos, aliviam a tensão muscular facilitando a circulação do sangue e da energia (気 Ki).

Sendo seu objetivo principal facilitar o fluxo do Ki no corpo, a Anma pode ser feita para a diminuição do estresse cotidiano que afeta a todos das grandes cidades causando então o relaxamento e o combate de diversas doenças como as disfunções de pressão arterial, asma, dores de cabeça, insônia e falta de vitalidade sexual.

A terapia de toque oriental originou na China antiga e foi levada para o Japão com os analectos (論語 Rongo) de Confúcio, acupuntura e alguns livros de medicina chinesa pela  Península coreana ao redor do século VI. A primeira lei em política médica foi ordenada em 701, durante a Era de 奈良 Nara. A política médica incluiu acupuntura, terapia de toque, Anma, como também medicina chinesa e ervas. A categoria profissional era estabelecida através da lei como: Doutor em acupuntura, terapeuta de acupuntura e estudante de acupuntura; e também o Doutor em Anma, terapeuta de Anma, e estudante de Anma. Cada aprendiz estudava medicina e acupuntura durante sete anos e Anma durante três anos.

Em 984 os primeiros textos médico, 醫心方 Ishinpô (Caminho do coração da Medicina) foram editados (30 volumes) por 丹波康賴 Tanba Yasuyori, onde a arte da Anma foi registrada. Porém, depois disso, até a Era de 江戸 Edo, a Anma foi desconsiderado como uma medicina do povo e quase não era citado nos livros sobre medicina.

Somente na Era 江戸 Edo (1603 - 1868) que a Anma cresceu entre as pessoas como uma medicina popular e novamente entrou para os livros de medicina. Por essa época desenvolveu extensivamente o Anma. Dez guias e livros técnicos de Anma escrito entre 1648 a 1827 ainda hoje estão em evidência.

Além disso, as características da massagem japonesa tradicional Anma foram estabelecidas neste período sem mais a influência chinesa. Livros de Anma escritos pela época de Edo dizem que a Anma é efetivo para muitos sintomas; respiratório, circulatório, digestório, obstetrício e ginecológico, urológico, sistema locomotor, oftalmológico, otorrinolaringológico e distúrbios dentário.

Pela Era de Edo havia sete matérias de cuidados médicos; Medicina interna, Cirurgia, Acupuntura, Odontologia, Oftalmologia, Pediatria e Obstetrícias. A Acupuntura foi incluída e tratada como uma parte da medicina, assim um acupuntor foi considerado um médico e era chamado de "doutor de acupuntura".

Era comum ver um deficiente visual trabalhando como acupunturista.  No inicio do período Edo, os deficientes visuais ganharam dinheiro com à acupuntura ou Biwa Hiki 琵琶弾き (tocador de 琵琶 Biwa ou alaúde japonês). Estas duas ocupações eram estabelecidas como profissões para os deficientes visuais. Médicos privados do 将軍 Shôgun (general ou senhor da guerra), foram recrutados entre todos os doutores de acordo com suas habilidade técnicas e conhecimento médico.

Os doutores de acupuntura eram engajados também da mesma maneira, assim somente os deficientes visuais quem tinha boas habilidades eram recrutados. Um terço dos doutores de acupuntura que eram empregados pelo Shôgun tinham deficiência visualmente. Uma das pessoas com deficiência visual mais honrado no Japão foi 和一杉山 Waichi Sugiyama (1610—1694). Ele era doutor em acupuntura e o primeiro pedagogo do mundo com deficiência visual.

O termo 座頭 Zatô reflete bem essa conexão dos deficientes cegos com a massagem, essa nomenclatura foi usada para classificar as pessoas cegas que aplicavam o Anma ou tocador de Biwa como profissão. Um serie de 26 filmes escrito pelo novelista 子母澤 寛  Kan Shimozawa de 1962 a 1989 chamou-se 座頭一 Zatôichi, mostrando um Zatô com habilidades não somente em Anma, mas, também nas artes marciais, muito bem representado pelo ator 新太郎勝  Shintarô Katsu e mais recentemente (2003), 北野 武 Takeshi Kitano dirigiu e estrelou uma nova versão do filme.

Embora a Anma tenha sido desenvolvido pela Era de Edo, na Restauração de 明治 Meiji (1868) a Anma decaiu  e muitas coisas foram mudadas. O governo Meiji se abriu para os países ocidentais. Eles pensavam que o Japão era inferior e mais atrasado que os países europeus, assim decidiram abandonar a sua cultura tradicional, inclusive Anma, acupuntura e moxabustão. A lei sobre política médica também foi mudada em 1883; somente doutores médicos puderam clinicar e os estudantes de medicina aprendiam apenas a medicina de estilo Ocidental nas universidades. Isto excluiu a medicina Oriental, inclusive Anma, acupuntura, moxabustão, e ervas chinesas. Assim, a terapia de toque estava separada da educação médica e foi herdada como uma medicina do povo.

Depois da segunda guerra mundial, com o Japão ocupado, o quartel geral do Exército norte-americano começou a mudar a sociedade japonesa. Como uma melhoria, eles tentaram proibir a massagem Anma, acupuntura e moxabustão no Japão. Isso porque os militares duvidavam que estas terapias tinham evidência científica e se eram profissões satisfatórias para os deficientes visuais. Os militares pensavam que estas terapias eram incivilizadas e parecia como uma forma de tiranizar, abusar ou superstição popular. Naquele momento, um grande movimento começou entre os terapeutas com deficiência visual e professores. Eles fizeram o QG entender a importância destas terapias ao povo no Japão e para os terapeutas deficientes visuais. Estas profissões eram os únicos meios que os deficientes visuais tinham para ganhar dinheiro e tinham tido uma longa história de contribuição para a sociedade japonesa. Finalmente, os militares reconheceram a reinvidicação deles,  permitindo-lhes praticar como tinham feito no passado. Sem os seus esforços, a terapia de toque, acupuntura e moxabustão teriam desaparecido até hoje no Japão.

Em 1991 foi estabelecida a Associação japonesa de Terapia Manual. Os Terapeutas e investigadores são incumbidos de comprovar e legitimar as terapias de toque cientificamente.